Em Lisboa, tinha de manter a ligação à família e o mais difícil eram as longas viagens ao Norte, numa altura em que não havia quase nenhuns quilómetros de autoestrada. Indo viver para longe da família, tem de se procurar um local que nos traga o conforto que tínhamos na casa onde vivíamos, por isso comecei pelas casas de amigos até arranjar uma boa solução. Apesar de já estar afastado de ambas há alguns anos mantenho a participação regular nos encontros de antigos colaboradores, onde me sinto muito bem a confraternizar e a partilhar muitos dos desafios profissionais e pessoais que todos continuamos a enfrentar.Ĭomo correu a integração? Apesar de estar no mesmo país, houve desafios?ĭesde os 17 anos, quando saí de casa dos pais pela primeira vez para estudar em Coimbra, fui-me habituando a mudar de casa e procurando adaptar-me a novas situações, algumas das quais tão bizarras que não me atrevo a descrevê-las. Aqui, conheci duas fases bem diferentes: durante os primeiros 14 anos, conheci-a como empresa pública e nos 14 anos subsequentes como fábrica integrada numa grande empresa multinacional, a PM International. Depois fui para a Tabaqueira onde trabalhei 28 anos. Primeiro, trabalhei na Setenave, antigos estaleiros navais de Setúbal e actual Lisnave, durante 4 anos. Só depois de todas estas paragens é que vim para Lisboa onde me fixei até agora.Ĭomo tem sido a sua experiência na Capital ao longo destes anos?Ī minha experiência profissional na capital foi muito rica em termos profissionais e humanos. Como em Coimbra não era possível, até essa altura, prosseguir os cursos de engenharia, que tinham de ser concluídos no Porto ou em Lisboa, optei em 1972 por ingressar na FEUP, no velho edifício da Rua dos Bragas. Em Coimbra, tinha frequentado os dois primeiros anos do curso de engenharia mecânica, no recentemente inaugurado edifício das matemáticas da Faculdade de Ciências, onde se tinham dado os acontecimentos que levaram à crise académica de 1969. Posteriormente voltei à terra natal, Póvoa de Varzim, já como professor agregado na Escola Técnica, regressando à casa dos pais sete anos depois de ter saído em 1970, para estudar na Universidade. Desta estadia, além da importante evolução na carreira do ensino (muito à frente da maioria dos colegas de curso que tal como eu foram dar aulas), ficaram as memórias das constantes idas a Badajoz para diversão. Passou por outras paragens depois de ter deixado a FEUP?Īnteriormente à vinda para Lisboa já tinha leccionado em Moncorvo, para onde concorri em 1975, porque uma amiga na altura me convenceu de que seria uma experiência interessante e que seria fácil chegar ao Porto para que pudesse frequentar as duas cadeiras que me faltavam para acabar o curso.ĭe seguida, e apenas com uma brevíssima experiência de docência, concorri para estágio de profissionalização no ensino, tendo em 1976 sido colocado em Elvas à frente de 4 engenheiros técnicos, 3 dos quais já quase no fim de longa carreira na docência. Fui colocado no Seixal, na Escola Secundária das Cavaquinhas, actual Escola Secundária José Afonso, onde apenas leccionei até final de 1979, uma vez que optei pela carreira na indústria. Concorri para dar aulas como professor efectivo na zona onde a minha namorada na altura, e agora minha mulher, se encontrava a trabalhar. Não sei se foi uma oportunidade, talvez tenha sido uma casualidade, surgida de contingências várias, como a procura de emprego, namorada em Lisboa, espírito aventureiro… Fique a conhecer as aventuras do engenheiro mecânico, apaixonado por viagens, pela natureza e pela bricolage.Ĭomo surgiu a oportunidade de ir para Lisboa? Atualmente está aposentado, mas foi professor, passou pela Setenave (atual Lisnave) e terminou a carreira profissional na Tabaqueira. Licenciou-se em Engenharia Mecânica pela FEUP em 1976. António Boucinha nasceu na Póvoa d o Varzim, mas foi em Lisboa que construiu a sua vida. É um dos embaixadores Alumni FEUP em Portugal. À CONVERSA COM… António Boucinha ( Embaixador Alumni FEUP em Lisboa) Versão portuguesa (english version below)
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